A Ópera de Paris fervilhava de atividade. Seus grandiosos salões ecoavam com murmúrios e expectativa enquanto se preparavam para receber os novos administradores. Os Srs. Moncharmin e Richard percorriam os corredores suntuosos, seus passos ressoando nos pisos de mármore polido.Ao se instalarem no escritório luxuoso, rodeados por móveis dignos de um palácio, mal cabiam em si de orgulho. Mas, deixe-me dizer-lhe, essa sensação não durou muito. Havia algo. estranho no lugar.Começou de forma sutil, sabe? Um assistente de palco mencionava que um adereço havia se movido durante a noite, embora ninguém o tivesse tocado. Uma corista jurava ouvir passos quando o palco estava vazio. No início, Moncharmin e Richard apenas reviravam os olhos. Afinal, prédios antigos sempre fazem barulhos estranhos, não é?Mas então as coisas começaram a ficar mais esquisitas. A mestra do balé, normalmente tão calma, passou a falar sobre sombras que se moviam sozinhas. A soprano principal, que sempre tinha algo para reclamar, agora tinha uma nova queixa: alguém estava mexendo em seus figurinos.Nossos novos administradores estavam entre a cruz e a espada. Não queriam acreditar em toda essa bobagem, mas não podiam evitar sentir-se nervosos. Ao menor ruído, quase saltavam. Aqueles lustres elegantes?Uma noite, ao fechar as portas, Richard sentiu um calafrio. Poderia jurar que viu alguém com uma capa preta desaparecer numa esquina.Foi então que os boatos realmente começaram a circular. Todos diziam que a Ópera era assombrada. Aparentemente, esse fantasma estava por lá há anos, manipulando os bastidores como um titereiro invisível.Moncharmin e Richard tentavam manter a calma. Eram homens de negócios, ora essa, e não um par de medrosos.Ao saírem da Ópera naquela noite, com sua imponente fachada erguendo-se atrás deles como um gigante adormecido, trocaram olhares. Nenhum dos dois queria admitir em voz alta, mas ambos sabiam: administrar aquele lugar seria uma aventura e tanto.Mal sabiam eles que o verdadeiro drama estava prestes a começar. Num pequeno camarim, envolta pelo cheiro de maquiagem e pó de arroz, estava Christine Daaé. Ela não fazia ideia de que seus sonhos de se tornar uma grande cantora estavam prestes a se transformar em algo extraordinário.